Luiz Carlos Prates
“Tô garantido”! Quem já não disse isso sobre uma coisa ou outra? Formidável enganação humana. Só há duas garantias na vida, tudo o mais é tapeação. A primeira garantia é a morte e a segunda é o passado. No passado todos estamos garantidos, o que fizemos foi feito, deu, tchau, nunca mais. E ela, a morte, dela ninguém escapa, todos estão garantidos. Faço este giro, leitora, para trazer como exemplo o futebol. Muito comum no futebol um time dar-se por campeão antes do tempo e acabar “surpreendentemente” perdendo o titulo, título que estava “garantido”. Por quê? Talvez porque os jogadores, treinador, direção, torcida, todos estavam no “tamos garantidos, o título é nosso”! Garantido só depois de a faixa estar no peito. Será que não sabiam que garantidos é só a morte e o passado? Vivemos, todos, nessa enganação dos “garantidos”. Conheci colegas que uma semana antes da “garantida” saída do salário no dia 5 já começavam a gastar, a pagar as continhas nas vésperas do “garantido” pagamento. E se por um problema inesperado a empresa atrasasse o pagamento? – Ah, mas nunca atrasou! Mas pode atrasar, vai saber... Essa história do “tô garantido” tem levado muita gente ao divórcio, à separação. Garantido no casamento? Só os babacas pensam assim, seja pela razão que for o casamento tem que ser “assegurado” no dia a dia, todos os dias. Vacilou? Abrir o olho, abrir o olho. Muita gente pode amar outra pessoa no silêncio e essa, a meu juízo, é a pior das traições. Aliás, dizendo isso, será que existe alguém, casado, que não tenha secretíssimos desejos por outro alguém em outro endereço? É da condição humana e vai continuar assim até que alguém invente uma máquina de ler pensamentos. No dia em que inventarem essa máquina o mundo vai durar não mais que alguns poucos minutos, se tanto... Ô, eu e meus pensamentos, bah! Claro que considerar algumas coisas como garantidas faz-nos relaxar, mas... Relaxar e relaxamento são palavras elásticas, é bom ter cuidado. Há, por exemplo, quem pense que ao morrer irá direto para o “céu”, mas... Ao lá chegar vai ouvir de São Pedro: - “Ô, tu fizeste tuas boas ações tentando me tapear, deu pra ti, “desce”.”! Pensou que estava garantido...
Brasil
Motorista de aplicativo em Florianópolis foi acusado de estupro e reconhecido pelas duas vítimas. O canalha está em liberdade porque a magnífica lei brasileira assegura ao canalha o direito à liberdade, ele não foi preso em flagrante. Na “minha” delegacia, salinha dos fundos, ele já teria prestado contas pelos delitos, ô, se já teria. Uma boa “conversa” reverte na hora ímpetos bandidos. E se ele tivesse estuprado as filhas de um bacanão, estaria livre? País malcheiroso.
Viajantes
Tem que ser assim... Vais sair do Brasil? Vais fazer o quê? Se não for para um tratamento de saúde que não tenhamos por aqui, o bitolado vai ter que assinar um documento comprometendo-se a não reivindicar ajuda seja diante do problema que for vivido lá fora. Saíste? Problema teu! Se houver encrenca, te vira, problema teu, não fiques a esperar por nenhum tipo de ajuda! Nada. O Brasil do atoleiro fica dando avião de graça para fujões.
Falta Dizer
Cresci ouvindo, a família mesmo, dizendo sobre certas mulheres: - “Ela é desquitada”! Desquitada era a divorciada de hoje, mas nunca ouvi alguém dizer naquele tempo que “ele” era desquitado. Homens eram livres depois de um casamento desmoronado, mas elas eram desquitadas. Não mudou nada. Eu chamaria as desquitadas de hoje de ajuizadas...
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