Liberdade de Manifestação
Arredores do 62º Batalhão de Infantaria, em Joinville
Vejo algumas pessoas utilizando-se das redes sociais para fazer comentários jocosos sobre os manifestantes que estão nas imediações dos quartéis e que protestam contra o resultado das eleições presidenciais. É verdade que há gente pedindo coisas que são incompatíveis com o que prevê a nossa Constituição. Porém, a maioria absoluta dessas pessoas luta por um país melhor.
Afinal, por que temos que aceitar tudo sem questionar?
Se as mulheres tivessem aceitado passivamente, não teriam o direito de votar até hoje.
Se ninguém levantasse a voz, não haveria a lei de responsabilidade fiscal que, entre outras coisas, obriga os gestores públicos a não gastar mais do que arrecadam os municípios, estados e a União.
Se o contribuinte não tivesse ficado inquieto com a forma como o poder público contratava serviços, não haveria licitações.
Isso tudo funciona bem? Talvez não, mas era bem pior.
O direito à manifestação precisa ser defendido até por aqueles que não concordam com os motivos pelos quais estas pessoas estão nas ruas.
François Marie Arouet, mais conhecido pelo pseudônimo Voltaire, foi um dos mais importantes filósofos do iluminismo. Defensor das liberdades individuais e da tolerância, foi uma das principais inspirações da Revolução Francesa. Sobre esse tema, teria dito:
“Posso não concordar com nenhuma das palavras que você diz, mas defenderei até a morte seu direito de dizê-las”.
O regime democrático, em vigência no Brasil, afirma que a origem do poder vem do povo. Em um governo democrático, todos os cidadãos possuem o mesmo estatuto e têm garantido o direito à participação política. Um dos aspectos que define a democracia é a livre escolha de governantes pelos cidadãos através de eleições diretas ou indiretas.
Antes de fazer piadinhas com as pessoas que estão protestando, temos que ficar felizes em saber que vivemos num país onde é possível realizar este tipo de manifestação sem interferência do Estado.
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