Tome Nota com Enio Alexandre
As academias estão sempre lotadas
Você já parou para contar a quantidade de academias de musculação que existem por aí? Está difícil dar uma volta no quarteirão sem esbarrar em uma nova academia. E o que impressiona é que quase todos os jovens fazem, ou pelo menos querem fazer, academia. Não vou negar, atividade física é saúde, é vida. Nada melhor do que ver a garotada preocupada com o corpo, com o bem-estar, com a saúde. Mas será que o foco está só no bem-estar?
O que parece, em muitos casos, é que o objetivo é outro: o espelho. Não o espelho do autoconhecimento, mas o da estética, do músculo bem definido, da pose na selfie perfeita. Não seria nenhum problema, claro, se essa mesma dedicação estivesse presente em outras áreas. Imagine só se tivéssemos tantas escolas quanto academias. Se os jovens trocassem a obsessão pelo abdômen trincado por uma maratona de leitura, ou se passassem tanto tempo nos estudos quanto na academia... O Brasil estaria a caminho de se tornar uma potência mundial em pouquíssimo tempo.
E não é que a academia não seja importante. A questão é o equilíbrio. Seria incrível ver a mesma empolgação pelo conhecimento. A mesma intensidade de quem busca se superar fisicamente aplicada ao aprendizado. Como encorajar essa garotada a estudar com a mesma força que eles levantam os pesos?
Talvez o segredo seja apresentar o conhecimento como algo transformador, assim como o corpo muda com o tempo e dedicação. E quem sabe, aos poucos, o músculo do cérebro ganhe a importância que merece. Eis a questão: como fazer o estudo virar moda como as academias? É um desafio, mas vale a pena. Afinal, de que adianta o corpo esculpido se a mente não acompanhar essa evolução?
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