Flávia Mesquita sofre há muitos anos com os sintomas da fibromialgia
foto: Gean Carlos Souza
A fibromialgia é uma condição crônica que causa dores musculoesqueléticas generalizadas, fadiga intensa e distúrbios do sono. Outros sintomas incluem dificuldades de memória e alterações de humor.
A doença afeta principalmente os tecidos moles do corpo (músculos, tendões, nervos, etc.) e não causa inflamação ou inchaço nas articulações.
As causas da fibromialgia ainda não são completamente compreendidas, e, por isso, não existem exames laboratoriais ou de imagem que confirmem o diagnóstico.
A fibromialgia compartilha algumas semelhanças com a síndrome da fadiga crônica, atualmente chamada de doença sistêmica por intolerância ao exercício.
Flávia Mesquita, presidente da Associação Nacional de Fibromiálgicos e doenças correlacionadas, relata que descobriu ser portadora da síndrome quando vivia um excelente momento profissional.
"Eu descobri num momento da minha vida que eu morava numa cidade que eu amava, com o meu trabalho bem estruturado, e de repente tudo isso desmoronou. Foi então que eu conheci a associação. Graças a Deus eu tenho minha família que me acompanha e que me apoia."
Sintomas da fibromialgia
Além da dor generalizada e da fadiga, a fibromialgia pode apresentar outros sintomas, como:
Distúrbios do sono
Depressão e ansiedade
Rigidez corporal
Dores de cabeça ou na face
Problemas digestivos (dor abdominal, gases, constipação ou diarreia)
Sintomas urinários (urgência para urinar sem infecção)
Sensações de dormência ou formigamento (parestesia)
Sensibilidade a temperaturas extremas
Problemas de pele (coceira, ressecamento ou manchas)
Dores no peito e na parte superior do corpo
Tontura ou desequilíbrio
Dificuldade de concentração e perda de memória
Síndrome das pernas inquietas (necessidade incontrolável de mover as pernas ao repousar)
Hipersensibilidade a luz, sons, cheiros e mudanças climáticas
Causas da fibromialgia
A fibromialgia pode ser desencadeada por diferentes fatores, como:
Infecções bacterianas ou virais
Acidentes ou traumas físicos
Estresse emocional intenso (separação, problemas familiares)
Doenças pré-existentes, como artrite reumatoide ou lúpus
Esses fatores não são a causa direta da fibromialgia, mas podem desencadear a condição em pessoas predispostas, que já apresentam uma resposta alterada a estímulos externos.
Estudos apontam que pessoas com fibromialgia têm níveis reduzidos de serotonina, substância do sistema nervoso que regula a dor.
A doença é mais comum em mulheres, afetando cerca de 4,2% das mulheres na Espanha, enquanto apenas 0,2% dos homens são diagnosticados com a condição.
Como é feito o diagnóstico da fibromialgia?
O diagnóstico é baseado na presença de dor generalizada por vários meses e na exclusão de outras doenças.
Os médicos verificam a sensibilidade em 11 dos 18 pontos específicos do corpo, um critério essencial para o diagnóstico. Além disso, exames de sangue e radiografias costumam ser normais, sendo solicitados apenas para descartar outras condições.
Tratamento e medicação para a fibromialgia
Não há um tratamento único para todos os pacientes. O objetivo é controlar os sintomas e minimizar os efeitos colaterais dos medicamentos.
Principais abordagens para tratar a fibromialgia:
✅ Mudança no estilo de vida – Adaptação das atividades diárias para evitar crises.
✅ Exercício físico – Atividade regular e fortalecimento muscular são altamente eficazes.
✅ Terapias complementares – Massagens, alongamentos, calor local e eletroterapia podem ajudar.
✅ Medicação – Analgésicos, antidepressivos e outras drogas que aumentam a serotonina são indicados para alguns pacientes.
✅ Injeções locais – Aplicação de anestésicos nos pontos dolorosos pode aliviar a dor intensa.
✅ Infusões de lidocaína – Em casos mais resistentes ao tratamento convencional, lidocaína intravenosa pode ser uma opção.
O suporte familiar e um ambiente livre de estresse também são essenciais para melhorar a qualidade de vida dos pacientes com fibromialgia.
Santa Catarina sancionou em 2024, a lei que reconhece portadores de fibromialgia como pessoas com deficiência no Estado. Com a lei, pacientes com a condição, a maioria mulheres, terão direito a prioridade no atendimento de saúde, entre outras garantias.
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