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Foto do escritorDr. Raphael Lopes

"Gente burra fica na esquerda"

Disrupção tudo com Raphael Rocha Lopes



“♫ Assaltaram a gramática Ooh!/ Assassinaram a lógica Ohh!/ Meteram poesia, na bagunça do dia-a-dia/ Sequestraram a fonética Ohh!/ Violentaram a métrica Ehh!/ Meteram poesia onde devia e não devia” (Assaltaram a gramática, Lulu Santos & Wally Salomão)



Está lá no Código de Trânsito Brasileiro (art. 29, IV) que, quando uma pista de rolamento comportar várias faixas de circulação no mesmo sentido, são as da direita destinadas ao deslocamento dos veículos mais lentos e de maior porte, quando não houver faixa especial a eles destinada, e as da esquerda, destinadas à ultrapassagem e ao deslocamento dos veículos de maior velocidade.


Não, o título não é sobre política. Sim, é irritante o número de motoristas que trafegam pela faixa da esquerda, em marcha lenta, atravancando o trânsito. Não me refiro àqueles que têm que entrar numa rua à esquerda, mas àqueles que andam quilômetros na faixa da esquerda obrigando outros motoristas a ultrapassar pela direita porque simplesmente não dão passagem.


Não, o texto de hoje não é sobre trânsito.


Ignorância x Burrice.


Usei o exemplo do trânsito porque, se não todos os motoristas, muitos já passaram por esta situação: de encontrar alguém infringindo a lei a sua frente. E nem vou entrar nos méritos de um ou de outro.


É importante, porém, que as pessoas tenham consciência da diferença entre burrice e ignorância. Ignorante é a pessoa que desconhece alguma coisa, que não teve acesso à informação e, consequentemente, pode cometer equívocos (embora no mundo conectado de hoje seja muito fácil encontrar respostas).


O burro, por sua vez, é aquele que, mesmo tendo acesso à informação, continua não aprendendo, tem verdadeira preguiça mental. Nessa linha, como devemos classificar os motoristas que infringem a lei, presumindo que passaram nos testes para obter suas carteiras, e estudaram o Código de Trânsito para tanto?


Informação x Conhecimento.


E, como disse antes, meu texto não é sobre política e nem sobre trânsito. Na realidade nem sobre burrice ou ignorância, que cada um sabe das suas.


A minha verdadeira preocupação é sobre o excesso de informações e, paradoxalmente, a dificuldade, de muitas pessoas, de transformá-las em conhecimento. Hoje em dia, tudo pode se descobrir na internet. Infelizmente, há muita gente criando suas teorias com base em sites nada confiáveis. Em vez de procurarem livros sérios confiam piamente em blogs sem qualquer critério científico, muitas vezes escritos por pessoas que igualmente nunca estudaram nada seriamente. Apenas expõem suas conclusões retiradas sabe-se lá de onde.


E para piorar essa salada de desinformação, há as postagens absurdas das redes sociais e os aplicativos de mensagens que as potencializam.


Tem solução? Penso que sim. Ao contrário do que parece que os governos brasileiros dos últimos 60 anos fizeram, é necessário dar educação de qualidade às crianças, inclusive com muito desenvolvimento sério de senso crítico. É, a meu ver, a única forma de dar o primeiro passo. O resto é consequência!



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