Luiz Carlos Prates
A notícia diz que ela morreu dormindo, tinha 104 anos. Antes de contar dessa mulher, preciso, indispensavelmente, dar uns giros. Muitos dos humanos em certos momentos da vida dizem isso: “Deu, acabou”! Aí está a frase do inicio da jornada para o ponto final, não quero dizer para a cova. Há vários estudos sobre os impactos da aposentadoria na vida das pessoas, perdão, na vida dos homens. As coisas são bem diferentes com as mulheres. Os homens, por maioria, suspiram pela aposentadoria. A razão mais imediata é a de não gostar do que fazem ou não gostar de trabalhar. São os pobres infelizes da vida, maioria, insisto. Aposentam-se e pouco tempo depois morrem. Morrem porque cumpriram com o roteiro do “destino” deles, fazer o menos possível. Cumprido esse destino, a pessoa morre. Claro que assim pensam os parvos que acreditam em destino. Em muitos momentos da história humana esse vezo foi enfatizado: nascemos para cumprir um roteiro. Não tendo provas disso, e jamais as teremos, discordo, discordo da baboseira do destino. Destino nós construímos. Bom, voltando ao início da conversa. Uma americana, chamada Dorothy Hoffner, de 104 anos, nascida em Chicago morreu horas depois de ter “cumprido o roteiro” dela... Quando fez 101 anos, Dorothy saltou de paraquedas, um salto notável inesquecível, em Chicago. Ela ficou com a questão em aberto, ela queria saltar outra vez. Insistiu, insistiu, e o pessoal não a queria ouvir, afinal, a “jovem” estava com 104 anos. Ela bateu o pé e o pessoal do paraquedismo cedeu. Lá se foi ela, para os céus. Saltou, claro, junto com um paraquedista, e foi um sucesso, aplausos, champanha, fotos, reportagens. Horas mais tarde, no quarto dia após esse segundo salto, ela beijou os familiares e foi dormir. Dormiu de roncar, mas... Não acordou. Morreu como um anjinho, se anjinhos morrem. Li toda a história da Dorothy e fiquei pensando, que alguém me prove que ela não se deu por “concluída” no roteiro da vida dela. Estava bem de saúde, feliz pelo salto realizado, em casa, com família por perto, por que morrer? Porque, creio firmemente, ela decidiu por ter o seu roteiro cumprido. Muitos fazem isso sem ter cumprido o roteiro, apenas assinando a aposentadoria. Vida é movimento, sonhos, ações e reações. Sem esses nutrientes, o fim mais cedo. É o “destino”.
Elas
A falta de respeito para com as mulheres no Brasil é desastrosa. Ninguém mais no mundo comete tantos feminicídios quanto os covardes brasileiros. E o que também irrita é ouvir de uma mulher, depois de ela saber que uma vizinha foi morta pelo companheiro, perguntar: - “O que foi que ela fez”? Como se a resposta pudesse justificar o crime. No dia em que as mulheres acordarem e se unirem, acabará o reinado dos broxas.
Pais
Ser pai ou ser mãe de “cio” qualquer bicho pode ser. Ser Pai, ser Mãe com ênfase é para poucos. A manchete assustadora diz: - “Analfabetismo entre crianças de 7 a 9 anos dobra no Brasil”. E aí, é culpa dos professores? Culpa da pandemia, como muitos idiotas dizem? Nada, a culpa é dos pais que fazem os filhos e nem aí para o que der e vier. Ferro nesses!
Falta Dizer
Uma amiga me bufou: - “Ai, não aguentava mais o Outubro Rosa...”. Ela falava dos, segundo ela, excessos de mensagens sobre o câncer de mama. Ouvi-a e retruquei: - “Não será nem parecido o Novembro Azul, a “macharada” foge como o diabo da cruz de um exame de próstata”. Machões... Puff.
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