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Crônica: O valor de cada centavo

Tome Nota com Enio Alexandre

Lembre-se de que quando recebe balas de troco você está comprando um produto


Quem alguma vez foi comprar um carro sabe que os vendedores, astutamente, falam do valor mensal do financiamento proposto e de como a parcela se encaixa perfeitamente no seu orçamento. Claro que eles "esquecem" de informar que muitas vezes, por conta dos juros, você vai pagar o dobro do valor do veículo. Este é somente um exemplo. Mas não faltam formas de jogarmos dinheiro na lata do lixo, ou melhor, nas mãos dos espertos.


Mais da metade da população adulta do Brasil está endividada. O dinheiro parece escorregar por entre nossos dedos como se tivesse vida própria. Não por negligência, mas sim por falta de compreensão do verdadeiro valor de cada centavo. A mudança começa quando percebemos que somos protagonistas de nossa própria história financeira, não apenas observadores de um desfile de pix, cartões de crédito e notas coloridas.


Na escola, começamos a entender timidamente a importância de cada moeda que passa por nossas mãos. As aulas sobre orçamento, poupança e investimentos, que inicialmente pareciam difíceis, aos poucos nos mostraram que o dinheiro não surge do nada; ele cresce a partir de escolhas inteligentes.


A necessidade de mais educação financeira nas escolas torna-se evidente, transformando jovens em gestores competentes de suas finanças pessoais. A chave desse aprendizado está no planejamento, na paciência e na disciplina. Cada moeda economizada representa um passo sólido na construção de um futuro financeiro mais seguro.


Quantas vezes ignoramos a diferença dos centavos quando vamos abastecer o carro, contratar um plano de internet ou mesmo escolhendo um produto numa gôndula.


Mas a tentação de gastar impulsivamente nos ronda constantemente, com propagandas e promoções tentadoras buscando nos afastar do caminho do zelo com nossos recursos. Nos deparamos com nossa própria resistência, aprendendo a avaliar se precisamos mesmo daquele produto ou serviço.


Lidar com a compra por impulso torna-se um desafio diário. Precisamos aprender a fazer listas, a refletir antes de gastar e a avaliar se o prazer instantâneo de uma compra vale mais do que o progresso em direção aos nossos objetivos financeiros.


Voltando ao início da história - a do carro -, quem nunca trocou de automóvel e depois de pouco tempo se lembrou do quanto o carro anterior era bom e agora, com as parcelas a serem pagas, não sobra grana para um passeio ou mesmo para evitar o uso do limite do cartão "generosamente" oferecido pelo banco.


É urgente evoluir no cuidado com as finanças familiares no Brasil, e isso começa com uma educação financeira mais robusta nas escolas e em casa. O caminho dessa educação não apenas nos ensina a lidar com números, mas a dar valor a cada centavo como parte de uma história maior.




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