Tome Nota com Enio Alexandre
Luiz Henrique arrastava multidões em Joinville
As eleições municipais de 2024 em Joinville, a cidade com o maior número de eleitores de Santa Catarina, parecem distantes do fervor que já as caracterizou. É difícil não lembrar das disputas acirradas de outros tempos—Freitag contra Luiz Henrique, Carlito enfrentando Darci de Matos, Udo contra Kennedy. Lutas que mobilizavam não só os candidatos, mas uma cidade inteira, que se manifestava nas ruas e nas praças.
Hoje, no entanto, o cenário é bem diferente. O uso das mídias sociais, que poderia ter sido uma ferramenta poderosa para engajar e informar, até agora agregou pouco ao debate eleitoral. As redes, em vez de provocar discussões vibrantes, parecem mais um eco de vozes solitárias, sem ressonância na coletividade. A capacidade de mobilização popular está em queda livre. As campanhas, que antes pulsavam em ritmo acelerado, agora se arrastam sem entusiasmo, como um barco à deriva.
A televisão, outrora o grande palco da política, perdeu seu brilho com a ascensão do streaming. O eleitor já não se sente mais obrigado a acompanhar os candidatos nos horários nobres; o zapping se tornou o novo normal. As ruas, que um dia foram palco de comícios vibrantes com milhares de pessoas, hoje parecem desertas. Caminhadas e carreatas com centenas de carros são lembranças de um passado não tão distante.
E o que há de errado? A motivação para seguir os candidatos parece ter evaporado, como se o povo estivesse em um estado de apatia política. O sentimento que permeia as conversas cotidianas é de desencanto. A participação ativa, tão essencial para o pulsar democrático, dá lugar ao desinteresse e à desconfiança.
À medida que nos aproximamos do primeiro turno, resta a esperança de que uma reviravolta aconteça, que uma centelha de mobilização popular reacenda a chama da política em Joinville na última semana antes do pleito. Por enquanto, as eleições municipais parecem ter caído em um sono profundo, e é a cidade, com sua história e suas lutas, que anseia por acordar.
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