LETRINHAS DO RDB
O futebol ouvido no rádio era igual a realidade pela clareza que os speakers (narradores) passavam para os ouvintes. Isso foi em outras épocas. A gente ficava sentado à frente dos receptores da mesma forma de estar nas arquibancadas dos estádios.
A televisão chegou, primeiro com os jogos em vídeo tape, e o rádio automaticamente perdeu o encanto por deixar nas vozes dos novos tempos para tirar do roteiro um estilo confiável para dar lugar aos espalhafatos e espalhafatosos. O ouvinte que se lasque. Interessa agora muito mais o “jeito moderno” de comunicação, vazio e deixando o ouvinte com muitas indagações.
O rádio antes tinha colorido. Detalhando desde antes do trilar do apito do árbitro. Os uniformes, a localização dos times em campo, o tempo e a temperatura, o desfraldar das bandeiras e a presença das torcidas. O ouvinte passava da arquibancada para dentro dos gramados com seu rádio colado ao ouvido.
As vozes dos narradores se ajustaram perfeitamente em nossos ouvidos. O que acontece agora são os exageros, o uso indevido com uma locução forçada. A cada chamada do narrador para o repórter, ou mesmo comentarista e ao plantão, a primeira frase que se ouve é apenas “é verdade”, como se tudo não passa de uma grande mentira.
Como o ouvinte pode ter a certeza que tudo aquilo que vem aos seus ouvidos é confiável, verdadeiro. Tive a satisfação de ouvir os verdadeiros comunicadores. Minha infância esportiva e até chegar à adolescência foi recheada de vozes perfeitas, que souberam aproveitar o dão da comunicação.
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