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Foto do escritorLuiz Carlos Prates

Calor e ardor

Luiz Carlos Prates


Lembro-me como se fosse hoje, fazia um baita calor em Porto Alegre. E eu estava em aula, colégio Nossa Senhora do Rosário, uma inesquecível escola marista. Naquele tempo, só guris nas aulas e nos pátios. Era uma espécie de quartel, um quartel dos antigos, disciplina acima de tudo. Fazia calor, como disse. Lá pelas tantas, alguns “coleguinhas” começaram a se abanar com cadernos e a gemer o calor; não eram “soldados”, eram uns filhinhos de mamãe... E ao meio dos abanos com cadernos e muxoxos contra o calor, o irmão, irmão marista, o professor naquela aula, fez-nos uma frase inesquecível: - “Quanto mais calor, mais ardor”! Nunca mais esqueci. E nunca mais me esqueci de aplicar essa frase diante de todos e de qualquer especial “calor”, calorão, na vida. Temos que ver o desafio, o “calorão”, como uma possibilidade de enfrentamento e de vitória, seja qual for a situação que se nos tipifique na vida como um sufoco, como um calorão. Ir para baixo de uma árvore, procurar uma tampa de sapatos para amenizar o “calorão” é fuga. A leitora é esperta e sabe que estou falando de modo teatral, figurado. Todos nós enfrentamos ondas de calor, “aquele” calor dentro de casa, com a família, com ela, com ele, com nós mesmos. Desistir, pegar o leque das desculpas é fuga, temos que olhar para o “calorão” que nos incomoda e enfrentá-lo, não há melhor saída. Quanto mais calor mais ardor é frase para esfregar nas mãos, o “calorão” é um limão para uma limonada. Não é, infelizmente, o que mais se vê pelas esquinas da vida. O governo ou os governos não prestam? E de quem é a culpa? Ora, dos que estão sentido “calor”, o calor das incompetências, então cabe a eles, a todos nós, dar um jeito nesse “calor” indevido das incompetências oportunistas. Vale lembrar Gonçalves Dias: - “A vida é luta renhida, que aos fracos abate e aos fortes só faz exaltar”. Se prestarmos atenção, o que mais ouvimos das pessoas são gemidos, queixas, frustrações, sem que as pessoas se deem conta de que tudo depende delas, agir, crer ou desistir. Tudo na palma da mão. Quem vive se queixando de “calores” na vida não conhece o oposto, o ardor... Sutil? Tanto quanto o calor.


Mulheres

Um senhor, togado, disse na televisão que o assunto aborto talvez ainda não esteja maduro... O que ele quis dizer com isso, que é preciso mais décadas e décadas para liberar o aborto, sem criminalizá-lo? Essa é uma decisão das mulheres, só delas, elas que batam na mesa e façam-se respeitar. Se fosse o homem a engravidar, o aborto seria legal desde os tempos de Adão e Eva. Chega de rodeios, decidam por vocês, mulheres!


Vida

O “ator” foi atropelado, ficou mais pra lá do que pra cá, mas recuperou-se. Numa entrevista, a primeira depois da encrenca, o cara fez uma frase tonta. Ele disse que o negócio é viver a vida como se não existisse o amanhã. Existe o amanhã, então, é preciso cumprir com os deveres hoje para que o amanhã não seja numa UTI existencial... Fora disso é estupidez.




Falta Dizer

Passei numa padaria para um cafezinho. Sobre o balcão uma pequena embalagem com quatro bolinhos, excelente aparência. Comprei, comi dois e levei os outros. Ao chegar em casa, lendo o rótulo do produto, só aí me dei conta, o nome da caixa de bolinhos era: Viagrinhos. Quase tropecei. Será que vieram de Brasília?

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