Tome Nota com Enio Alexandre
Avança o contorno rodoviário na região de Jaraguá do Sul
A duplicação da BR-280 é um anseio antigo no Norte catarinense. Não é de hoje que se ouve a reclamação de motoristas, empresários e moradores sobre o caos no trânsito e os acidentes frequentes. Mas o que chama atenção é a discrepância entre as prioridades das obras. Sempre acreditei que o trecho entre Araquari e São Francisco do Sul seria o foco. Afinal, temos ali um porto de grande relevância, indústrias crescendo em Araquari, além de praias movimentadas e uma estrutura política robusta, com mais deputados estaduais e federais e até senadores na região de Joinville.
Mas, contrariando essa lógica, o que vemos? Obras avançadas entre Araquari e Jaraguá do Sul, enquanto a ligação com São Francisco permanece travada no tempo. É curioso observar o contraste. Em Jaraguá do Sul, temos viadutos, elevados e até um túnel sendo construído. Já o trecho que liga Joinville à região litorânea está praticamente parado. O que acontece? Falta mobilização? Falta interesse? Ou seria mesmo falta de vontade política? Enquanto o contorno ferroviário de Jaraguá do Sul é discutido de forma permanente com reuniões e grande mobilização, Joinville, maior cidade de Santa Catarina, continua refém do trem que atravessa bairros populosos, causando transtornos, atrasos e acidentes. É quase um paradoxo: a cidade com a maior frota de veículos do estado não consegue resolver um problema tão básico de infraestrutura.
E os congestionamentos? Quem frequenta a BR-280 sabe que o trecho entre Jaraguá e Guaramirim, apesar de ser movimentado, não se compara ao caos diário entre Araquari e São Francisco do Sul, especialmente durante a temporada de verão. O trânsito vira um escândalo, e as desculpas são sempre as mesmas. “Ah, o problema é o Canal do Linguado.” Pois bem, existe solução. Não é brilhante, é óbvia: mantenham as duas pistas atuais em um sentido e construam uma ponte paralela para o outro. Assim, no futuro, caso decidam reabrir o canal, duas das quatro vias já estarão adequadas. Simples, não? O que falta, então?
Um túnel está em construção para retirar o trânsito de dentro da cidade de Jaraguá do Sul
É curioso observar o contraste. Em Jaraguá do Sul, temos viadutos, elevados e até um túnel sendo construído. Já o trecho que liga Joinville à região litorânea está praticamente parado. O que acontece? Falta mobilização? Falta interesse? Ou seria mesmo falta de vontade política? Enquanto o contorno ferroviário de Jaraguá do Sul é discutido de forma permanente com reuniões e grande mobilização, Joinville, maior cidade de Santa Catarina, continua refém do trem que atravessa bairros populosos, causando transtornos, atrasos e acidentes. É quase um paradoxo: a cidade com a maior frota de veículos do estado não consegue resolver um problema tão básico de infraestrutura.
Em Joinville os trilhos cortam vários bairros da cidade
Talvez falte às lideranças do Norte litorâneo a força que sobra aos políticos de Jaraguá do Sul. Por lá, parece que as coisas andam mais rápido, enquanto Joinville fica para trás. Não me surpreenderia se o contorno ferroviário de Jaraguá ficasse pronto antes do de Joinville. O pessoal de lá é mais perspicaz, ou ao menos mais articulado. Aqui, seguimos na espera – por obras, por soluções, por vontade política.
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