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A blindagem de Adriano Silva e da vice

Foto do escritor: Milena C TomelinMilena C Tomelin

Opinião, informação e política com Milena Tomelin

O Marketing blindado do prefeito Adriano Silva e da vice Rejane Gambin



Adriano Bornschein Silva construiu uma imagem de homem íntegro ao longo de sua carreira como bombeiro voluntário, empresário e político. Formado em Administração, teve papel de destaque no Laboratório Catarinense e liderou iniciativas sociais. Sua trajetória reforçou seu compromisso com a comunidade, contribuindo para sua eleição e reeleição com ampla aprovação popular.


Rejane Gambin, sua vice-prefeita, edificou a reputação de profissional ética e competente no jornalismo, atuando em grandes veículos e como professora. Sua trajetória consolidou uma imagem honrosa, favorecendo a dupla na gestão municipal.

Juntos, Adriano e Rejane formam uma parceria marcada pelo equilíbrio entre gestão e comunicação, carisma e competência, tornando-se líderes bem aceitos e reconhecidos por sua dedicação e transparência, consolidando a dupla, um marketing blindado.


Apesar de diversos escândalos e crises, Adriano e Rejane mantêm uma imagem pública preservada, sustentada por um eficaz marketing blindado.

O efeito da blindagem na prática, é facilmente demonstrado diante de uma análise prática. A administração municipal sob o comando de Adriano e Rejane, passou por uma série turbulências ao longo do mandato, com polêmicas, desde suspeitas de corrupção até crises na saúde e na infraestrutura, poderiam ter impactado significativamente a imagem dos líderes do Executivo municipal.


Entre os episódios mais marcantes, está a polêmica envolvendo supostas irregularidades na licitação dos radares da cidade. O caso foi levado ao Ministério Público, o que poderia ter impactado a confiança da população na transparência da gestão. A chamada "Indústria das Multas", que colocou Joinville como líder no ranking de autuações em Santa Catarina, também gerou forte repercussão negativa.



Em plena festa de Natal a calçada, recentemente reformada, colapsou



Na infraestrutura, um dos episódios mais dramáticos foi a queda da calçada em frente ao prédio da Prefeitura de Joinville, durante a abertura do Natal Cultural de Joinville, que resultou em 33 pessoas feridas. A falta de respostas rápidas da gestão municipal gerou cobranças, mas não comprometeu a imagem do prefeito e da vice-prefeita de maneira significativa. A atuação do Instituto Natal Joinville e os conflitos com ambulantes também foram fontes de tensão.


A crise na saúde foi um dos pontos mais delicados da gestão. As longas filas no SUS e o escândalo envolvendo a fala da então Secretária de Saúde, Tânia Eberhardt, comparando a espera por atendimento à fila de trânsito para a praia, geraram grande revolta. A situação se agravou com o vazamento de um áudio em que a Secretaria da Saúde orientava servidores a registrarem boletins de ocorrência caso vereadores fossem fiscalizar unidades de saúde. Apesar do silêncio de Adriano Silva e Rejane Gambin diante dessas polêmicas, sua imagem pessoal não foi afetada .



A Saúde continua dando dor de cabeça para a população de Joinville


A ocupação de 100% das UTIs em julho de 2024 evidenciou a fragilidade do sistema de saúde municipal. A recomposição salarial de apenas 3,13% para os profissionais da área, abaixo da inflação, também gerou insatisfação.

Na mobilidade urbana, o aumento das tarifas do transporte público e o fracasso do Binário Procópio Gomes-Urussanga, que trouxe mais conflitos do que soluções para o trânsito. Alagamentos constantes em várias regiões da cidade e a demora para solução desses problemas também colocaram a gestão municipal sob pressão.


Escândalos de corrupção também marcaram o período, como o afastamento de um servidor da Prefeitura suspeito de envolvimento em um esquema de irregularidade fundiária. A CPI da Águas de Joinville trouxe à tona questionamentos sobre contratos e gestão dos recursos hídricos da cidade. A terceirização da reforma do Centro de Bem-Estar Animal (CBEA), que levou Joinville a ser destaque negativo nacionalmente, e as acusações de uso de reagentes vencidos e catéteres proibidos pela Anvisa também ampliaram as polêmicas na saúde.


Curiosamente, essas crises não afetam diretamente a imagem do prefeito e da vice, e a dupla se mantém distante das polêmicas.

A máquina de propaganda tem funcionado com eficiência, sempre que denúncias surgem, a resposta não é a transparência, mas sim a construção de uma narrativa que exalta conquistas, desqualifica opositores e reforça a ideia de uma administração exemplar. Dessa forma, os gestores se mantêm distantes das polêmicas, e mantém sua imagem imaculada.


Porém, deve-se perceber que uma nova realidade começa a se impor, especialmente diante da questão envolvendo o expressivo aumento do número de moradores de rua, a população, atenta aos problemas diários e insatisfeita com promessas vazias, percebe a discrepância entre o que é propagandeado e o que de fato acontece.

Enquanto o marketing blindado protege os líderes políticos, a insatisfação popular pode ser a chave para romper essa barreira e exigir uma gestão mais responsável e comprometida com os interesses da cidade.

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